Ricardo Rocha de Azevedo

por Viviane Silva Bittencourt
Publicado: 11/11/2019 - 14:44
Última modificação: 25/04/2023 - 12:24
Tipo do Docente: 
Permanente
Disponibilidade para Orientação: 
Sim
+55 34 3230-9498

Bolsista Produtividade Nível 2. Professor de graduação e pós-graduação na FACIC, Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorado em Administração na FGV/EBAPE (2021). Doutorado em Controladoria e Contabilidade pela FEARP-USP (2016). Mestrado em Controladoria e Contabilidade pela FEARP-USP (2014). Pós-graduado em Gerente de Cidades (2013). Graduação em Ciências Contábeis (2009). Graduação em Sistemas Informatizados (2005). Ex-consultor de contabilidade pública com mais de 15 anos de experiência. Representante do CFC na Câmara Técnica de Procedimentos Contábeis da STN (CTCONF). Membro do Comitê Permanente para Contabilidade Aplicada ao Setor Público do Conselho Federal de Contabilidade (CP CASP). Membro dos grupos de pesquisa Public Sector Accounting & Governance in Brazil (PSAG-USP), Applied Research Center in Accounting and Analytics (ARC-A&A/FGV) e do grupo de pesquisa do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP) na temática de Resiliência Financeira. Editor Associado dos periódicos Revista de Contabilidade e Organizações (RCO/USP) e Brazilian Business Review (BBR).

 

Interesse de pesquisa

Minha agenda de pesquisa principal tem focado em três principais linhas de interesse. A primeira, como as organizações públicas tem respondido à intensa agenda de reformas no ciclo financeiro das últimas décadas, que considera (i) a tentativa de transformação do orçamento em um instrumento de planejamento, que foram sobrepostas ao seu uso como instrumento de controle fiscal; (ii) efeitos causados pelas modificações na relação entre o estado e a sociedade, com o crescimento de pressões por maior participação, accountability social e co-produção; (iii) reflexos causados pela informatização sobre processos de contabilidade e auditoria do setor público, utilizando teorias como Affordance e Sociomaterialidade; (iv) respostas dos governos frente a escassez de recursos e aumento não controlável de demanda pela sociedade, que tem gerado pressões para os governos adotarem mecanismos de resiliência fiscal. A segunda linha focada em mecanismos de accountabiliy busca analisar explicações para a baixa efetividade de ações do controle sobre a administração pública, que engloba tanto o controle interno e o controle externo, exercida pelos Tribunais de Contas, quando a accountability social. A terceira linha de interesse investiga aspectos históricos da área de contabilidade pública no Brasil, com foco nas influências das tecnologias contábeis criadas entre o final do império até a aprovação da Lei Federal 4.320/64.

A unidade de análise adotada nas pesquisas tem sido prefeituras e demais organizações municipais.

Tenho desenvolvido pesquisas utilizando como lentes teóricas affordance, sociomaterialidade e teoria institucional na vertente sociológica, atuando com elementos teóricos de legitimação, papéis sociais, identidade, trabalho organizacional, lógicas institucionais, adoção cerimonial de práticas (decoupling) e relações de poder.

 

Perfis em bases de referências

 

Linhas de Pesquisa: 

Publicações em destaque

  1. Infraestrutura Digital

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, Guilherme Simões Belote, André Feliciano Lino

    O artigo analisou como os sistemas de coleta de dados (DCS) desenvolvidos por órgãos governamentais de auditoria (Tribunais de Contas) afetam o planejamento orçamentário dos governos locais.Os resultados indicam que os layouts estruturados dos sistemas de coleta dos Tribunais de Contas reduzem a autonomia do planejamento orçamentário dos governos locais na elaboração de seus instrumentos de planejamento. Isso acontece porque o principal driver dos Tribunais é tornar as informações de MTEF auditáveis e não melhorar a utilidade das informações pelos governos.

    Lino, A.F., Azevedo, R.R.de. & Belote, G.S. (2023). The influence of public sector audit digitalisation on local government budget planning: evidence from Brazil. Journal of Public Budgeting, Accounting & Financial Management, 35(2), 198-218.

  2. Orçamento Participativo

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, Ricardo Lopes Cardoso, Armando S. M. Cunha, Brian Wampler

    O artigo discute o orçamento participativo por uma ótica pouco explorada por essa literatura: a dimensão do orçamento. A literatura em geral tem focado no lado da participação, buscando analisar quais são os seus determinantes, barreiras para a adoção, e efeitos causados pela participação. O objetivo do artigo é trazer reflexões sobre a participação no ciclo orçamentário, analisando possíveis formas de participação em cada etapa, em que se busca trazer reflexões tanto para pesquisas quanto para os adotantes de mecanismos de orçamento participativo. Adicionalmente, indica caminhos ainda pouco explorados pela literatura sobre orçamento participativo.

    Azevedo, R. R. de, Cardoso, R. L., Cunha, A. S. M. da, & Wampler, B. (2022). O orçamento participativo e a dinâmica orçamentária no setor público. Revista de Contabilidade e Organizações, 16(e193141), 1–14.

  3. Orçamento participativo

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, Ricardo Lopes Cardoso, Armando S. M. Cunha, Brian Wampler

    O artigo analisa fatores associados à descontinuidade do orçamento participativo (OP) em municípios brasileiros. Os resultados indicam que a descontinuidade está associada positivamente com a troca do partido do prefeito municipal entre as eleições, a despeito da ideologia do partido; positivamente com a troca da ideologia do partido do prefeito, com a entrada de partidos de esquerda; negativamente com a entrada de partidos com outras ideologias; e positivamente com a troca entre partidos de esquerda.

    Azevedo, R. R. de, Cardoso, R. L., Cunha, A. S. M. da, & Wampler, B. (2022). Efeitos políticos na descontinuidade do orçamento participativo em municípios. Revista de Administração Pública, 56(3), 349–372.

  4. Audiências públicas orçamentárias no setor público

    A pesquisa analisa como ocorre a dinâmica das audiências públicas orçamentárias organizadas pelas prefeituras municipais. Os resultados indicam que os responsáveis pelas audiências públicas adotam estratégias para minimizar os riscos reputacionais e de responsabilização. https://doi.org/10.1590/0034-761220220122

    Mesquita, T. S., & Azevedo, R. R. de. (2022). Fóruns de accountability síncrona: a dinâmica interna das audiências públicas orçamentárias. Revista de Administração Pública, 56(6), 799–822.

  5. Desenho de políticas de apoio financeiro a governos locais

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, Ricardo Lopes Cardoso, José Alexandre Magrini Pigatto, Bernardo de Abreu Guelber Fajardo, Armando Santos Moreira da Cunha

    O artigo investiga o caso malsucedido da política de descentralização fiscal implementada pelo governo central brasileiro para ajudar os municípios a combater a COVID-19 no período de pandemia, e discute o desenho de mecanismos de apoio financeiro do Governo Central em situações de crise.

    Cardoso, R. L., Azevedo, R. R. de, Pigatto, J. A. M., Fajardo, B. de A. G., & Cunha, A. S. M. da. (2022). Lessons from Brazil’s unsuccessful fiscal decentralization policy to fight COVID ‐ 19. Public Administration and Development, 1–14.

  6. Auditoria digital no setor público

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, André Carlos Busanelli de Aquino, André Feliciano Lino, Polyana Batista da Silva

    Por meio de entrevistas com auditores governamentais, a pesquisa fornece evidências de como os sistemas automatizados de auditoria (CAATTs) influenciam as práticas de auditoria, e mostra que os auditores não estão totalmente cientes de como seu ceticismo e autonomia estão sendo afetados pela introdução de tais dispositivos e pelo reforço da prática de auditoria remota, dominante no país.

    Aquino, A. C. B. de, Lino, A. F., Azevedo, R. R. de, & Silva, P. B. da. (2022). Digital affordances and remote public audit practice. Financial Accountability & Management, 1–21.

  7. Planejamento de resultados no setor público

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, André Carlos Busanelli de Aquino

    A pesquisa analisou a qualidade das informações de desempenho do planejamento de municípios do Estado de São Paulo, que é uma exigência legal no Brasil desde 2002. Os resultados indicam uma alta proporção de informações sobre desempenho com conteúdo informacional questionável, e que provavelmente não é utilizada para a gestão de políticas públicas. Nestes casos, os programas, indicadores, ações e metas são criados e mantidos apenas para fins cerimoniais na prestação de contas junto a Tribunais de Contas. Ao que tudo indica, a lógica do planejamento tradicional com foco apenas no volume de recursos alocado por departamentos ainda prevalece em boa parte dos municípios paulistas.

    Azevedo, R. R. de, & Aquino, A. C. B. de. (2022). Uso cerimonial do Planejamento de Resultados nos Municípios de São Paulo. Revista Contemporânea de Contabilidade, 19(50), 17–35.

  8. Corrupção

    Autores: Ricardo Rocha de Azevedo, André Feliciano Lino, André Carlos Busanelli de Aquino, Ileana Steccolini

    Lino, A. F., Azevedo, R. R. de, Aquino, A. C. B. de, & Steccolini, I. (2022). Fighting or supporting corruption? The role of public sector audit organizations in Brazil. Critical Perspectives on Accounting, 83(102384), 1–19.

  9. Uso da informação contábil

    Ribeiro, R. B., Miranda, G. J., & de Azevedo, R. R. (2021). (Des) legitimação da informação contábil em processos licitatórios no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, 18(48), 72-88.

  10. Legitimação da informação contábil

    Ribeiro, R. B., Miranda, G. J., & de Azevedo, R. R. (2021). A baixa legitimação da qualificação econômico-financeira (QEF) percebida pelos stakeholders nas licitações públicas. Advances in Scientific and Applied Accounting, 1(1),185-205.